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domingo, 7 de novembro de 2010

O maestro da garrafa...

   Em mais um dia difícil estávamos eu e mais alguns, que também não devem ter tido um dia muito fácil. Todos nós, acredito, que extremamente felizes por estar tirando proveito de um dos mais belos passeios turísticos de porto alegre – Belém novo centro/bairro!
  E em um desses bairros, dentre os vários que passamos, pra que eu possa me localizar no tempo, olho para um relógio, desses de rua, que prontamente me informou 22:33h.
  Longe de casa e Tarde já, e ainda faltavam longos 27 min. mínimos para voltar e tornar real o maior anseio de todos que estavam naquele coletivo, Chegar em casa...

Buenas,

 logo mais adiante, 5 min. Depois, a precisas 23:38h o ônibus parou...

Proximo a  um sinal que estava vermelho, normalmente se para quando o semáforo acende o vermelho e segue adiante quando ele fica verde, entretanto o sinal ficou verde e o ônibus continuou parado, quando passaram 5 mim e o semáforo já havia apresentado sua medíocre aquarela eu percebi que as pessoas olhavam para traz, e se voltavam para frente com um ar de”pergunta respondida” ...

O pecado...

Pensei:

PQP, quem será o FDP que esta fazendo que essa M de ônibus fique nessa P!! de sinaleira

Olhei contra o vidro e vi que alguém fechava uma cadeira de rodas...

Era um cadeirante...

Espraguejei e xinguei a mãe do cara, e quase toda a família pra umas próximas 5 gerações, mas me arrependi... tive um sensação bem ruim...

Pensei:

Vou pedir desculpas pra ele,mesmo não sabendo da situação exagerei, então com toda humildade eu me desculpei, obviamente utilizei o mesmo método que proferi o xingamento :

...Interna e mentalmente tipo, em pensamento. Fiquei mais tranqüilo. E seguimos...

O cadeirante:

O cara subiu no ônibus, e agradeceu a ajuda pessoal que teve, firmou-se no centro do corredor do coletivo e lá atrás do bus, e fez um agradecimento geral e iniciou seu discurso:

Obviamente ele tinha um apelo físico, pois não poderia fazer um apelo do tipo “eu podia estar”, então se iniciou o discurso e ai que terá inicio seu momento orquestral.

A sinfonia.

Após um longo discurso o qual eu não escutei nada pois estava com fones, eu olhei discretamente para o lado e percebi que uma garrafinha de achocolatado vazia e recém bebida passava por entre os passageiros, assim do fundo para a frente, nessa garrafinha continha umas moedas, e uma nota de dois reais colada pelo lado de dentro, o resto de achocolatado ocupava um espaço ínfime entre o lado interno da garrafa e a nota de dois reais, naquele momento, resolvi remover um dos fones, para dar atenção a trilha da garrafa.

A garrafa flutuava entre os bancos do coletivo, e quando ela atrasava dois milésimos de segundo, o maestro da garrafa falava “é só passar a garrafa pessoal” “isso!” “é só passar a garrafa” .

Bom, nesse momento retirei 50%da desculpas que tinha pedido, e xinguei até a segunda geração.

PQP!

Alem de esperar o cara subir no ônibus por aproximadamente 5 mim, ele ainda queria meu dinheiro que apesar de ser meu eu não tinha, isso em miúdos é pagar pelo atraso! Por alguns segundos eu pensei em cobrar pelo atraso a garrafinha chegaria até mim e seria simples e fácil, mas não pecaria outra vez, melhor nem tocar na achocolatada garrafa.

Era o momento.

Eu via que entre um ”é só passar a garrafa pessoal” e outro “’e só passar a garrafa pessoal” a garrafa se aproximava da minha posição... Rapidamente eu montei uma estratégia pra não pegar a garrafa em contrapartida o sucesso do plano não dependia só de mim.

// duas opções:

Se a pessoa da esquerda pegar a garrafa, provavelmente passaria a garrafa para a pessoa que estava ao meu lado.

Se for a direita certamente vai passa pra mim !

Foi quando eu fiz minha grande descoberta!

Murph o cara que bolou a maior de todas as leis... desceu na cavalhada!

exatamente o que aconteceu! Não peguei a garrafa!

Murph pega o Belém mas desce antes...

Mesmo percebendo minha negativa minha parceira de ônibus passou a garrafa a uns quinze centímetros do meu nariz, o cheiro de achocolatado velho com nota de dois reais usada era claro.. Mas passou... Eu quase peguei aqueles dois reais... Então percebi a grande sacada do maestro:

Explicação cientifica:

Os restos de achocolatado dentro da garrafa mantém as notas basicamente untadas na própria garrafa, as moedas levemente umedecias se mantêm juntas umas com as outras alem de desencorajar os mais anojentados de pegar uma nota daquelas o que faz com que a garrafa transite segura e sagazmente por todo o coletivo, é por isso ele é o Maestro.

O maestro da garrafa também era um ótimo controlador de trafico...

E como um profeta ele proferiu...

“motorista encosta bem na calçada”

O motorista encostou..

E o nosso maestro e profeta novamente disse:

“não, não! toca embora que eu vo desce na funerária”

E assim seguimos viagem...

Chegando próximo a funerária ouve-se:

“motorista encosta bem na calçada”

Quando ouvi isso lembrei do tempo que tinha esperado ele subir, agora teria de esperar ele descer, descobri também que o cara que o havia ajudado a subir era na verdade seu comparsa, uma espécie de diretor financeiro, cuidava do dinheiro e da fonte também...

Retirei meus outros 50% de desculpas e inseri as 3 gerações de volta nos meus xingamentos...

PQP, é o Belém!!!